Embora
existam inúmeras divindades na mitologia egípcia, um número cada vez
maior de estudiosos dos antigos mitos está entrando em acordo ao dizer
que a religião dos antigos egípcios era, na verdade, uma espécie de monoteísmo. A
crença difundida de que as antigas histórias e as imagens representadas
nos templos representavam diferentes entidades supremas (deuses e deusas) nada mais é do que
uma confusão causada pela tradução da palavra "neter" que os antigos usavam para se referir às forças cósmicas. Cada um dos "deuses" venerados nas escrituras e na vida cotidiana egípcias eram originalmente chamados de neteru (plural de neter). No nosso conceito ocidental falta uma palavra que se encaixe melhor nesse conceito de "neter" então usamos a palavra "deus", embora ela cause certo incomodo por se confundir com o conceito ocidental de Deus.
Cada neter, ou deus egípcio, representa
uma função, uma característica, um princípio específico da Força
Suprema à qual os egípcios não deram nenhum nome. Esta Força, essa
Inteligência, esse Princípio Cósmico que a tudo criou e a tudo permeia é
o que realmente se aproxima do conceito de Deus ao qual estamos
familiarizados no ocidente. (A palavra neter também é, segundo alguns filólogos a origem da palavra "natureza").
É importante salientar aqui que, embora os egípcios representassem os neteru utilizando
formas antropomórficas e de animais, filosofia egípcia não
se baseava na crença de que tais criaturas realmente existissem na
forma como eram representadas. Essas ilustrações não passam de símbolos
escolhidos com cuidado para falar sobre os fundamentos dos princípios
específicos aos quais se referem. Por exemplo: Rá, por representar a origem Consciência Suprema, era mostrado carregando o sol na cabeça, pois, se a Luz é o
símbolo da consciência, então não há melhor símbolo para a origem da
consciência suprema do que o Sol, a maior fonte de luz que temos. A cabeça de falcão era usada pois esta
criatura possui outro elemento do que os egípcios chamariam de
"natureza solar": uma criatura que voa a grandes alturas, que enxerga
longe, que "tudo vê", etc. Hórus também era representado com
cabeça de
falcão, mas sem o Disco Solar, pois ele evocava a imagem do senhor dos
céus, mas não do sol. O falcão, quando visto voando majestosamente nos
céus, senhor de seus domínios, evoca a ideia de que o céu é seu
território natural.
O corpo humano nas imagens dos neteru indicava que
aquele princípio estava sendo representado como era visto do ponto de vista pessoal, subjetivo e imperfeito
inerente à condição humana.
Outro exemplo: quando se
fala das Águas Primordiais, do Oceano do Caos que existia no Princípio,
não se está falando de um oceano físico que existiu certo dia num
determinado lugar. As propriedades de um oceano físico e real são
meramente o reflexo das características essenciais do Oceano Ideal no
sentido platônico, ou seja, infinito, indivisível, desconhecido e
inescrutável. Essa eram as ideias que verdadeiramente estavam sendo
expressadas com o uso dos símbolos.
Existem
diferentes versões para cada passagem das
histórias mitológicas do Egito encontradas em diversas fontes como o
Texto das Pirâmides, o Livro dos Mortos, as inscrições nos templos e
tumbas, etc. As versões também variavam com o tempo, afinal de contas,
são histórias que foram contadas repetidamente por mais de 5 mil anos.
Achei super bom tem tudo oque eu precisava achei ótimo maravilhoso e achei também super interessante
ResponderExcluirAmeiiiiiiiii muito bom e interessante
ResponderExcluirMuitos bom. Parabéns! Aprendi muito.
ResponderExcluirVc é incrível!